sábado, 3 de novembro de 2012

CARICATURA de Ana Maria Braga



É loira e vive com um louro verde colado a uma bancada de cozinha disfarçada na televisão. Fala de coisas simples mas não é nada simples falar com ela. Eu que o diga! É que, além de pintor também sou escritor.

 Uma vez decidi mostrar um dos meus trabalhos à ela bem mesmo no dia do falecimento da queen Hebe Camargo.  A Hebe que me desculpe: “Mas ela tinha mesmo que morrer nesse dia?’” Pois que dia de morte não se escolhe. Calha. (Ainda hei de escrever uma caricatura digna de uma rainha para ela).

A Ana Maria Braga estava com o olhar perdido. Ela veio aqui em Portugal no Brasilian Day. Pensei que poderia mostrar alguns de meus poemas brasileiros que só os portugueses conseguiram dar valor em publicar. Esperei  duas semanas como um parvo em frente a televisão,  à espera de que ela recitasse algum de meus versos ou apenas citasse o mote do meu livro: “Era uma vez a Poesia...”

Toscamente eu tive esperança. Tive sim. Eu que sou um bom pintor, até arriscaria a pintá-la nua se ela tivesse reconhecido o valor que um poeta tem. Não que eu seja um Fernando Pessoa ou algum Almada Negreiros. Mas eu pensei toscamente nisso.

Assisti o programa “Mais Você” e vi que não tinha nada que haver comigo, pelo ao menos foi esta a conclusão que eu tirei.

Ana Maria faz um joguete de panela foleiro com pessoas escolhidas à dedo de ouro pela rede Globo. Tem um amigo imaginário por debaixo de uma cozinha quase verdadeira com cozinheiras de verdade que suam ao vivo e a cores.
(Eu as pintaria e até escreveria um conto bonito sobre a mulatas dela.)

O que eu vejo no “Mais Vocês” (do que eu),  é uma mulher guerreira que venceu na vida e que tem uma história bonita. Mas, que fala com a boca cheia, não da comida que prova, mas do silicone ou  do aumento do lápis delineador nos lábios. Eu vejo um cabelo loiro com mesclas pretas querendo ter estilo mas parece uma manga chupada.

Eu pintaria os teus lábios supérfulos, como pintor que sou, Ana, se tu desses oportunidade de ter escutado o que naquela noite fria em Portugal, os MEUS lábios toscos insensatos e idiotas te diziam...

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